Descrição
Além de exemplo intelectual, Reinach foi um forte exemplo religioso para o círculo de Gotinga, sendo o primeiro entre os alunos de Husserl a se converter ao cristianismo. Daí em diante, passará a ser capitão de uma nova revolução espiritual que culminaria na grande ética cristã de Dietrich von Hildebrand, no projeto metafísico de Edith Stein, e ainda na antropologia teológica de Karol Wojtyła (São João Paulo II). Tal revolução se deve, sobretudo, a uma “nova e mais moderna fundação metodológica a essa filosofia clássica e realista das verdades necessárias”.
Essa filosofia “clássica e realista” é representada, principalmente, pelos grandes nomes de Platão e Aristóteles, Agostinho e Boaventura, Tomás de Aquino e Duns Escoto. Para Reinach, contudo, o acento estava em Platão; chegava mesmo a dizer que era a fenomenologia uma “volta a Platão”, uma busca constante por aclarar e descobrir as relações necessárias entre as essências apriorísticas e objetivamente intuídas. Reinach faz, deste modo, aquilo que Josef Seifert chamará de “reforma crítica do platonismo” – pela qual, ainda que sem a pretensão de entrar nos pormenores da questão, pode-se dizer que foi operada a redenção da filosofia moderna.